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As crônicas de uma adolescente.

  • 29 de jun.
  • 2 min de leitura

(por Michelle Gonçalves)


Ser adolescente não é fácil.

Na verdade… é quase incompreensível.


É como viver num universo onde os sentimentos se embaralham: intensos, contraditórios, explosivos.

Onde a dor é constante — às vezes silenciosa, às vezes escancarada — mas sempre real.

Por que é tão difícil compreendê-los da forma que gostariam?


Nós, adultos, já passamos por isso.

Mas será que lembramos de verdade? Ou nossa memória se tornou seletiva demais, apagando os dias em que o mundo parecia pesado demais pra um corpo tão pequeno?


Por que minimizamos suas dores?

Por que, sendo pais, irmãos mais velhos, tios, primos… esquecemos como é ter o peito apertado sem saber o porquê?


A verdade é que muitas vezes temos empatia com o mundo, mas não com os nossos.

Talvez por medo, por cansaço, por ignorância — ou por termos nos perdido de nós mesmos há muito tempo.


Imagino o que se passa nas cabeças ociosas, inquietas, criativas deles.

As inconstâncias, os medos, a ansiedade disfarçada de braveza.

Como esperar algo de quem ainda nem entende o que sente?


Ser adolescente é estar no meio do caminho.

É não ser mais criança, mas também não ser adulto.

É viver num corpo em transformação, numa mente em ebulição.

É tudo importar demais… e ao mesmo tempo, nada fazer sentido.


Adolescente:

“Adol” vem de adulto.

“Escente”, de crescer.

Talvez essa seja a tradução perfeita: um adulto em processo de crescimento.

Mas o mundo, apressado, exige certezas antes mesmo de oferecer abrigo.


Então, aos adolescentes aqui presentes — e aos adultos que ainda carregam um deles dentro de si — fica um conselho sincero:

vivam essa fase com toda intensidade que ela pede.

Se permitam os altos e baixos, os choros no meio do nada, os amores impossíveis, os exageros, os questionamentos.


Porque um dia, quando a fase se entardece…

as obrigações chegam como certezas — e o mundo para de perguntar o que você sente

 
 
 

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