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A serpente silenciosa.

  • 23 de jun.
  • 1 min de leitura

Atualizado: 3 de ago.


Estou numa guerra diária — muda.

Uma guerra de sensações embaralhadas e pensamentos sem forma,

onde o discernimento é um luxo que me escapa.


Tenho ouvidos, mas não escuto.

Tenho voz, mas não consigo falar.

Tenho corpo, mas os membros não obedecem.


Entrei no campo de batalha já derrotada por mim mesma —

não por falta de coragem,

mas por lutar com as armas erradas.


Como vencer algo que nem sei nomear?


A serpente se levanta.

É a mesma que me ameaça e a que me empurra.

Cresce dentro de mim como uma anaconda faminta

de sentimentos contidos, contusos, encurralados.


E no fim…

até o que mais vale a pena, não satisfaz.

Porque tudo vira alimento para essa serpente que habita em mim.

 
 
 

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