A infinita arte da bajulação
- 23 de jun.
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Atualizado: 3 de ago.
Não ter personalidade
Mas o que isso realmente quer dizer?
Talvez que, no fundo, essa pessoa se odeia. Odeia tanto, que prefere se anular pra amar o outro mais do que a si. Que vive querendo provar seu valor, mostrar-se útil, eficiente, indispensável…
Não por amor, mas por medo.
Medo de não ser visto, de não ser escolhido, de não existir.
E se não for por sobrevivência no trabalho — se for só por… bajular, por existir na sombra — o que resta?
O que, de fato, pertence a essa pessoa?
E pior: e quem gosta de ser tratado como incapaz?
O que se acostumou a ser servido, mimado, amparado, como se a vida lhe devesse assistência 24 horas?
Que infância emocional teve esse adulto-criança?
E o capacho, aquele que se dobra em nome de uma aceitação vazia — de onde vem esse trauma?
Talvez seja isso:
Gente que vive numa troca injusta — onde um se alimenta da submissão do outro.
Onde servir vira sinônimo de existir.
E ser servido, um disfarce pra própria incapacidade.
Triste realidade: uma vida inteira de servidão disfarçada de amor.
Uma dança silenciosa entre a carência e o controle.já diz muito sobre alguém.
Quase um brinde à ausência — de iniciativa, de perspectiva, de si mesmo.



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